No dia 07 de novembro, último, o Espaço da Diversidade da
SMED-Alvorada organizou na Câmara de Vereadores sua principal atividade alusiva
ao mês da consciência negra. Na ocasião, o palestrante convidado Deivison
Campos, mestre em História e coordenador do Curso de Jornalismo da ULBRA,
apresentou a comunicação intitulada: “A (re)significação simbólica das
datas comemorativas afro-brasileiras: do treze de maio ao vinte de novembro”,sua fala desenvolveu os aspectos
concernentes à invenção das duas datas simbólicas representativas, no que tange
aos referenciais populares, que comumente associamos as expressões políticas e
sociais do reconhecimento da contribuição cultural da identidade negra para o
nosso país.
Deivison apontou as transformações que ocorreram a partir das
pressões dos grupos sociais, para as transformações destas datas emblemáticas
na sociedade civil. As reivindicações protagonizadas pelos integrantes do Grupo
Palmares de Porto Alegre (1978) a favor de uma data conquistada contra uma data
concedida, pautou a fala do palestrante. A organização negra, liderada por
Antônio Carlos Cortes e Oliveira Silveira (1941-2009), propôs a alteração do
dia 13 de maio de 1888, data instituída pelo estado como sendo comemorativa ao
dia da libertação dos escravizados, pelo dia 20 de novembro de 1695, data da
morte de Zumbi, líder dos Quilombos dos Palmares, como sendo a data referência
para comunidade negra. O principal objetivo dessa data seria para conscientizar
as populações negras que foi por meio de sua luta histórica que ocorreu a
libertação.
O palestrante descortinou a importância da morte de Zumbi
para as demandas do atual movimento negro brasileiro. Pois, Zumbi liderou o
Quilombo dos Palmares, o que remete a uma luta coletiva ao invés de uma ação
individual. Nesse sentido, o treze de maio, oficialmente conhecido como a data
da Lei Áurea assinada pela princesa Isabel concedendo a liberdade ao povo
negro, remetia a uma ação individual da monarca brasileira. Para o Grupo
Palmares o vinte de novembro representa uma conquista ante o feito anterior.
Após a fala de
Deivison Campos foi lançado o livro “Cartas Bordados e Tramas de Ideias-
Memórias e projetos sobre a temática afro-brasileira”organizado por Patrícia
Fernandes Lazzaron, Rita de Cássia Camisolão e Véra Neusa Lopes. O Livro foi
resultado dos registros realizados pelos cursistas em forma de cartas
produzidos ao final do curso Procedimento Didático-Pedagógicos Aplicáveis em
História e Cultura Afro-Brasileira, realizado pelo Departamento de
Desenvolvimento Social da UFRGS e contou com o depoimento de 34 professores da
rede municipal de Alvorada.
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