fonte: oliveirasilveira.blogspot.com
O Grupo Palmares, organização
negra originada no cerne das reflexões de alguns representantes da comunidade negra
na década de 1970, em pleno contexto de ditadura militar, representou o
protagonismo negro nas transformações de seus próprios referenciais simbólicos.
Em Porto Alegre, nos cruzamentos
da rua dos Andradas com a avenida Borges de Medeiros, centro da cidade, local
conhecido como esquina democrática foi o lugar de nascimento do grupo no ano de
1971. Naquele contexto, jovens negros, que denominavam o local de esquina
Zaire, denunciaram as agruras cotidianas da discriminação racial, cotidianamente
vivenciadas pelas populações negras.
Oliveira Silveira, Antônio
Carlos Cortes, Ilmo da Silva e Vilmar Nunes, propuseram ações que
transformariam para sempre o campo das representações simbólicas da sociedade,
local e nacional.
Duas
importantes contribuições deste Grupo, que encerrou suas atividades no ano de
1978, merecem destaques. A primeira foi a de promover os estudos sobre a
história, artes e outros aspectos culturais com relação ao negro em nosso
estado. E a segunda, não menos importante, foi a de propor o dia vinte de
novembro como data alternativa às comemorações do dia treze de maio. Para eles,
militantes sociais intelectualizados, o dia em que o líder do Quilombo dos
Palmares, Zumbi, tombou, deveria ser lembrado como o referencial de
resistência, pois o decreto assinado pelas mãos da Princesa Isabel concedeu a
liberdade sem assistência social, algo que deveria ser refletido.
Quanto ao dia 20 de novembro,
em 1978, o mesmo acabou sendo comemorado e aceito pelas associações negras de
vários estados como a principal data de reconhecimento da luta dos negros neste
país. Sendo transformado em feriado em centenas de municípios brasileiros. Na
atualidade, a Lei 10.639 que instaurou a obrigatoriedade do ensino da história
e da cultura afro-brasileira em todo o currículo escolar, contemplando em um de
seus artigos o dia vinte de novembro como o “dia nacional da consciência negra”
demonstra o reconhecimento do estado para a importância do protagonismo da
identidade negra na construção do Brasil.
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Equipe do Espaço da
Diversidade – SMED-Alvorada.
Um comentário:
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Este livro, indispensável ao alunado, professorado, bibliotecas, é uma tentativa de contribuir para o conhecimento e informação sobre aspectos da História da África e dos afrodescendentes no Brasil. Desta forma, procuramos enfocar, com uma proposta pedagógica diferenciada, a vida e liderança da rainha africana Nzinga Mbandi nos reinos de Ndongo e Matamba, nos anos de 1623 a 1663. Esperamos que os leitores entendam que ele não é um exercício fechado, muito menos definitivo. Ao contrário, ele possui pontos que precisam ser criticados, discutidos e refeitos. Não é esse nosso principal exercício em sala de aula?
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